Fazendo Rock na Capital Sertaneja

Músicos falam das expectativas e dificuldades em ter uma banda 

O rock está em pauta mais uma vez no Brasil. O Rio de Janeiro novamente vira a capital do rock com a quarta edição do Rock in Rio, nosso maior festival do gênero e um dos maiores do mundo. Em 48 horas após a liberação da venda de ingressos, eles já estavam esgotados.

Apesar de Goiânia ser mais conhecida pela música sertaneja, aqui também se faz rock. Nenhuma banda goiana está indo ao Rock in Rio, mas isso não as impede de tocar. Para o professor e músico Welliton Carlos da Silva, 36, o fato de vivermos em uma cidade universitária gera espaço para qualquer manifestação cultural (musical), desde o rap até a música clássica.

Welliton, que já teve várias bandas, tem tocado ocasionalmente com a banda Patoá Blues (mais voltado a este estilo). Músico nato, ele toca qualquer instrumento, de banjo a bateria, baixo a gaita, ou piano a guitarra. O jornalista prefere usar a banda como pura manifestação cultural. Ele não acredita no mercado musical em Goiânia. “Este mercado não existe. Ninguém ganha dinheiro com isso. É uma manifestação artística”.

Fernando Pagliarine durante apresentação

Para Welliton não há preconceito quanto ao estilo musical, pois as pessoas (aqui) são bem tranqüilas. Já o estudante e guitarrista da banda Centavos, Fernando Sanches Pagliarini, 24, diz que em Goiás existe um grande conservadorismo. Uma resistência a culturas alternativas. “Eu não diria preconceito porque é uma palavra muito forte, mas falta vontade das pessoas de conhecer e até de assumir que gostam sim de um rock n’ roll”.

Diferente de Welliton, o guitarrista acredita que o mercado goiano é promissor, pois a cidade começa a atrair artistas de peso, como Focus e UFO, a se apresentarem em pubs e outros espaços mais voltados para o gênero musical. “Isso ajuda as bandas independentes com visibilidade e possibilidade de abertura do show dessas bandas de sucesso”.

Além das dificuldades de se inserir no mercado, muitas bandas enfrentam outros tipos de problemas, tanto na parte financeira, como na parte de relacionamento, divergências de pensamento. Para Fernando uma banda deve ser encarada como um emprego e é preciso saber se expressar e principalmente ouvir, além de encontrar as pessoas certas, que se identifiquem com o projeto.

Texto: Francisco Costa

Sobre araguaianoticias

Alunos do curso de jornalismo da Faculdade Araguaia
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