Nara Bueno
O forró é o resultado de várias festas populares nordestinas transformadas em gênero musicais. O nome deriva de forrobodó, “divertimento pagodeiro”. O forrobodó ou baile ordinário, sem etiqueta, também conhecido por arrasta-pé, bate-chinelo, ou fobó, é um rítmo levado por músicas nordestinas como o bailão, o xaxado, xote, rojão, quadrilha e pela pé de bode, a popular sanfona de oito baixo.
Mesmo com alguns preconceitos, o forró vem sendo reconhecido como música brasileira e não nordestina. Estados do Sul e até do Centro-Oeste investiram e lançaram bandas e cantores tornando o forró o rítmo do Brasil.
Um exemplo disso é o grupo Tekilla’s Country, que começou em Jataí, interior de Goiás, há seis anos e vem mostrando o seu trabalho e conquistando espaço. Tendo como liderança o casal Joyce Tekilla’s e Clayton Macklin, lançaram o primeiro CD independente em maio de 2006.
Com quatro CDs na carreira, lançam agora o terceiro DVD ao vivo com objetivo de expandir o trabalho pelo país. “Hoje moramos na estrada, graças a Deus. Agora estamos no Rio de Janeiro e fomos muito bem recebidos aqui”, comenta Clayton por telefone.
Para a promotora de vendas Rose Souza, que veio de Petrolina, Pernambuco, o forró é um estilo de vida. “Desde de pequena eu ia nas festa de forró com minha avó. O estilo está na minha veia, minha cultura”, comenta. Em Goiânia, a promotora diz que o ritmo é pouco tocado e, para ela, as pessoas não sabem dançar. Rose só sai para dançar quando vêm bandas do nordeste para Goiânia. A mesma lembra das festas juninas onde as famílias se reuniam e se encontrava com os amigos. “Eram trinta dias de festa na região”.
História
Com influência holandesa e o xote que veio de Portugual, tocado por trio, composto por um sanfoneiro, zabumbeiro e tocador de triângulo, o forró é conhecido e praticado em todo Brasil.
O mais importante divulgador do ritmo foi o músico Luiz Gonzaga, pernambucano de Exu, no sertão nordestino, que morreu em 1989, mas deixou imortalizado o gênero, assim como o bailão. Foi dele a primeira gravação em disco, que o título evidenciava a palavra forró como local de dança em 1949, intitulado “forró de Mané Vito”, com parceria com Zé Dantas.